Discurso de saudação ao acadêmico Kelber Rodrigues de Souza

09/07/2016 19:00

Proferido em 09/07/2016

  • Senhor Jorge Henrique Vieira Santos, Presidente da Academia Gloriense de Letras, em cujo nome saúdo a todos os que compõem a mesa,
  • Senhoras e Senhores, boa noite!

 

O pleno da Academia Gloriense de Letras, na noite de hoje, sente-se honrado em receber os novos membros que irão fortalecer ainda mais seu corpo acadêmico e as ações por nós desenvolvidas. Sejam todos bem-vindos, em especial, o confrade Kelber Rodrigues de Souza.

Sinto-me honrado por me ser dado recepcioná-lo neste magnífico Sodalício, dando-lhe as boas-vindas nesta noite festiva, pois sei o quanto irá engrandecer o nome desta instituição de cultura com suas ideias e ações, pois nós, humanos, construímos nossa imagem através das ações realizadas, sejam boas ou ruins.

Ao ser comunicado por nosso Presidente, Jorge Henrique, que teria o privilégio de proferir o discurso de saudação ao acadêmico Kelber Rodrigues, senti grande alegria e, ao mesmo tempo, medo. A alegria vinha do sentimento fraterno que estreito com o nobre confrade, desde a época em que éramos contemporâneos na universidade, ambos fazíamos o curso de Letras. O medo advém da responsabilidade em receber uma pessoa especial para mim e engrandecedora para a AGL.

O tempo passa e com ele surgem as tão esperadas surpresas, porque ele é o rei do ontem, do hoje e do amanhã. Às vezes, queremos tudo na instância do agora, mas o tempo diz que ainda não chegou a hora e logo nos encaminha para outros mundos desconhecidos. Esses mundos nos fortalecem, fazem-nos crescer como seres humanos. Passamos a encarar a vida com mais sabedoria e maturidade.

É chegado o seu momento, nobre confrade, de tornar-se um membro da nossa querida Academia Gloriense de Letras. Assim, mais uma vez, os nossos caminhos se interligam: universidade, UNIT - Polo de Monte Alegre de Sergipe, CESAD UFS, ALAS e, agora, AGL. Quantas histórias temos para contar!

Coincidência ou não, sei que é muito prazeroso conviver contigo. Um aracajuano que poderia usufruir do conforto da capital, mas resolveu desbravar o sertão sergipano. Conhecer ainda mais a força do homem sertanejo, mesmo que a sua família, itabiense, já o tivesse ensinado e expressasse esse sentimento.

Ao lecionar no Colégio Estadual Manoel Messias Feitosa, aqui em Nossa Senhora da Glória, Travou o primeiro contato com o professor Jorge Henrique, nosso digno Presidente, do qual foi colega de trabalho por alguns anos, e conheceu vários jovens estudantes advindos de diversas localidades do nosso sertão. Hoje, muitos deles já estão formados. Com eles aprendeu a respeitar ainda mais o povo trabalhador destas terras e transmitiu o seu saber sobre a última Flor do Lácio e a arte literária. Esta envolve o seu ser e encanta a todos ao seu redor. Sabemos que é um grande apreciador dos clássicos da nossa literatura e da boa música popular brasileira.

Mas o tempo ainda o conduziria para as terras gararuenses, para que levasse seu espírito literário àquelas bandas. O alegre Monte Alegre de Sergipe não ficou sem conviver com a sua alegria. Foi trabalhar no curso de Letras no polo da UNIT e lá conheceu ainda mais sertanejos que trazem consigo os ensinamentos das suas aulas de Teoria Literária e das suas Orientações nos TCCs.

O sertão já havia te recebido/acolhido e você a cada dia o admirava mais. Pensar em largá-lo era doloroso, mas era preciso seguir. A vida não pára para quem está vivo. É preciso seguir sempre. Apoio nunca faltou a você, pois vem de uma família cuja característica é a união e serve de exemplo para várias famílias do nosso país. Novos projetos aparecem, o sertão parece se distanciar.

Foi apenas uma rápida aparência e logo o tempo reaproxima o verde do mandacaru da sua vida através de um Pão de Açúcar, em Alagoas. O pão, que todos necessitam, exalava um aroma leve, doce, alegre, contagiante, seguro e fraterno, que adentrava em seu ser e se materializava através do sorriso, da fala, da sensação de paz e gratidão por o tempo ter lhe devolvido ao sertão.

Agora, a terra de Alcino Alves da Costa não sairia mais da sua vida. A Academia Literária do Amplo Sertão Sergipano (ALAS) havia sido criada e você se tornou um de seus membros fundadores. O sertão te transformou em um ser tão especial para todos nós.

Hoje, o amigo tempo lhe presenteia com o título de membro efetivo da pioneira das academias de Letras do interior de Sergipe. Passa a ocupar a cadeira 18, cujo Patrono é o ilustre sergipano Joaquim do Prado Sampaio. Ele, o tempo, não se apresenta tão cruel quanto a materialização dele feita por Mário Quintana.

A AGL recebe hoje um ser repleto de características boas, dentre as quais, quero destacar apenas duas: a solidariedade e a sinceridade. Tais características ainda podem ser encontradas em alguns seres humanos, apesar do mundo capitalista e egoísta em que vivemos. Mas em você elas se agigantam, assumem contornos grandiosos que despertam nossa admiração e respeito. Nobre, amigo-irmão, sinta-se abraçado por todos nós, que fazemos a AGL. Sente-se conosco, acomode-se ao nosso lado, aprecie, planeje, execute, vibre, chore, una-se, porque todos somos irmãos.

Paz e luz a todos!

 

CARLOS ALEXANDRE NASCIMENTO ARAGÃO

MEMBRO EFETIVO

CADEIRA Nº 13