Discurso de Posse do Poeta Gauchinho

14/12/2014 00:00

Proferido em 12/12/2014

MEU DISCURSO PARA A ACADEMIA GLORIENSE DE LETRAS
 
Pra fazer este discurso
Numa viagem astral,
Minha alma saiu do corpo,
Foi algo fenomenal,
Logo seguiu seu destino,
Foi falar com João Firmino
No plano celestial.
 
Lá João Firmino Cabral
Sentiu bastante alegria
Por eu ter lhe visitado
No reino da poesia.
Disse:- Vamos conversar,
Que pra vir me visitar
Não vem alma todo dia.
 
Eu respondi:- Caro amigo,
É grande a satisfação
Poder prosear contigo,
Causa-me até emoção.
Se você me permitir,
Primeiro eu quero pedir
A sua autorização.
 
Serei empossado na
AGL neste dia,
Sergipana e Glóriense,
Pra minha grande alegria,
É que seja meu patrono,
Na cadeira sou o nono
Membro da Academia.
 
"Dou-te minha permissão
Pra hoje e pro amanhã,
Que a minha alma e a sua
Uma da outra é irmã,
Meu grande amigo fiel,
Se tratando do cordel,
Um do outro somos fã.
 
Ser acadêmico não é
Pra querer aparecer,
E sim para divulgar
Nossa cultura, o saber
Que pra nós foi confiado,
Para que o iletrado
Possa também aprender".
 
Depois de longa conversa
Sobre os rumos do cordel,
Nossa alegria era igual
Abelhas fazendo mel,
Que João Firmino Cabral
Em cordel não tinha igual,
Nisso ele era um bacharel.
 
Nasceu em Itabaiana,
No 1º de janeiro,
Ano mil e novecentos
E quarenta, este guerreiro
Foi menino agricultor,
Depois tornou-se escritor
Do nordeste brasileiro.
 
Cecília da conceição,
Sua mãe, uma roceira,
Pedro Firmino Cabral,
Seu pai, cantador de feira,
Versava ao som do ganzá
Pra família sustentar
Vivia dessa maneira.
 
Ao morrer ficou Firmino
Com onze anos de idade.
Manoel d’Almeida Filho
Tirou-o da orfandade
E João leal e fiel
Dos folhetos de cordel
Fez sua universidade.
 
Foi neles que aprendeu
Ler com grande maestria
E aos dezessete anos
Ingressou na poesia
E fez dela a profissão.
Do padre Cicero Romão
Fez um cordel certo dia.
 
A sua veia poética
Sangrou, não quis mais parar,
Foram 56 anos
De poesia a jorrar.
Foi no mês de fevereiro
Que fez o seu paradeiro,
Que a morte o veio buscar.
 
No ano dois mil e treze,
Um de fevereiro o dia,
Deixou o mundo dos vivos
Por causa da leucemia.
Aqui ele nos deixou
Pra outro lar viajou
No reino da poesia.
 
Escreveu diversos livros
Na nossa literatura,
Foi da ABLC,
Mostrando a sua cultura.
Tinha um gosto refinado
E cada cordel rimado
Era poesia pura.
 
De maneira resumida,
Essa é a sua historia
E João Firmino Cabral
Em tudo teve vitória,
Se na net pesquisar
Sobre ele vai achar
Muito em sua trajetória.
 
Voltei de lá animado,
Com o espirito mais novo.
Vou escrever poesias
Pra contagiar o povo
Da mente pra o coração,
Feitas com tanta emoção
Que até mesmo eu me comovo.
 
Porque o poeta sente
A emoção da escrita.
O que lê sente também,
Achando ela bonita.
Para nós, este legado
Não pode ficar guardado
Numa redoma restrita.
 
Seja qual for o seu nível
Atingido na cultura,
Não pertencerá a ti
Mesmo passando escritura,
Num egoísmo mesquinho
Você não vai ler sozinho
É um sinal de loucura.
 
Essa poesia é minha.
Quem diz assim tá errado.
Jesus Cristo disse:- dai
De graça o que te é dado
Pois não sou eu que invento
Versos no meu pensamento,
Eles vêm do outro lado.
 
Se um verso inspirado vem,
Se não escrevo ele passa.
A minha mente ligeira
Diz:- Pegue a caneta e faça
Pra ele não se perder
Eu tenho que escrever
Nesse momento de graça.
 
Isso é só demonstração
Do que virá pela frente.
Minha contribuição
Da poesia latente
Eu sei qual é meu papel
E agora deixo o cordel
Pra vos falar oralmente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Membro Efetivo
Cadeira nº 09